COMITIVA PARTICIPA DE ENCONTRO COM COMITÊ ESTADUAL DE COMBATE AO AEDES
Educação - Quarta-feira, 27 de Janeiro de 2016


No ano de 2010, o município de Ijuí enfrentou uma grande epidemia de dengue que colocou em estado de alerta toda a região noroeste do Rio Grande do Sul. Hoje, com o Brasil em estado de emergência e vivendo uma das maiores crises epidemiológicas de sua história, a Secretaria Estadual de Saúde escolheu o município para um encontro entre os integrantes do Comitê Intersetorial de Combate ao Aedes Aegypti e prefeitos e secretários de saúde de toda a região noroeste. A reunião estratégica aconteceu no Salão de Atos da Unijuí, com a presença do governador em exercício, José Paulo Cairoli. Uma comitiva de Pejuçara esteve presente no ato, liderada pelo prefeito municipal Eduardo Buzzatti e o secretário de saúde Erasmo Daronco.
O objetivo do ato foi a apresentação das ações de intensificação e prevenção e combate ao Aedes no estado, que serão realizados pelo Comitê Intersetorial em 2016. Na apresentação do comitê, o secretário estadual de saúde, João Gabbardo dos Reis, realizou um chamamento pela integração de todos os setores do poder público no combate ao mosquito, destacando o papel central dos municípios, que são os responsáveis diretos pela execução do plano de prevenção: "Hoje o nosso objetivo é combater o mosquito. Para daqui a 30 dias, não termos hospitais lotados com casos de dengue e nem a circulação do zika virus, afirmou.
Já o governador em exercício reafirmou o compromisso do estado na luta contra o Aedes, sendo a Saúde uma área fundamental para o desenvolvimento e qualidade de vida dos gaúchos. Cairoli anunciou que o dia 13 de Fevereiro será o dia D contra o mosquito em todo o Brasil. Por determinação da Presidência da República, 220 mil homens do exercito estarão mobilizados em todo o país para conscientizar as pessoas e vistoriar casas, 20 mil no Rio Grande do Sul: Porém, por determinação governamental, o estado terá mais 20 mil agentes da área da saúde e outros 20 mil técnicos de secretarias estaduais e municipais, anunciou Cairoli.
Ações de combate ao Aedes
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, foram notificados nas primeiras três semanas de 2016, 265 casos de dengue. Destes, 15 foram confirmados (todos contraídos fora do Estado). Em comparação ao mesmo período do ano passado, foram 81 casos notificados e um confirmado, também importado. "Consideramos muito preocupante o crescimento dos casos entre um ano e outro, pois isso significa que também aumentou a circulação do mosquito, bem como o número de municípios infestados", avaliou o secretário.
De fato, desde 1995,quando somente um município apresentava um caso, a infestação do mosquito e risco de infecção cresce de forma constante. Em 2015, o número chegou a um terço dos municípios gaúchos, a maior parte na região noroeste, fronteira oeste, chegando ao sul do estado e região metropolitana. Na região da 17ª Coordenadoria Regional de Saúde, dos 20 municípios de abrangência, 19 contêm focos de infestação, 95% do total.
Marilice Bercini, do Centro de Vigilância em Saúde, apresentou propostas de ações específicas do Comitê Intersetorial de Combate ao Aedes Aegypti. Criado em 2015, conta com a participação de 13 secretarias e instituições como COSEM/RS, universidades e Forças Armadas, com o objetivo de articular e agilizar ações que envolvam todas as secretarias no combate e controle do Aedes em âmbito estadual. Entre as ações propostas, o incentivo a criação de Comitês Intersetoriais Municipais, intensificação de apoio e capacitação aos municípios pelo CEVS e CRS, levantamento de focos de infestação de pontos inacessíveis na região metropolitana e no Noroeste do estado, vistoria de prédios públicos estaduais e federais, além das ações de eliminação do vetor de transmissão nos domicílios, pontos estratégicos áreas comuns, como escolas, parques e prédios públicos. O Comitê ainda propõe uma adequação no número de Agentes de Combate às Endemias conforme a situação de cada município (1 para 1000 imóveis de municípios infestados.
A Secretaria Estadual de Saúde ainda determinou que os Agentes Comunitários de Saúde devem também trabalhar no combate ao mosquito. A infraestrutura da vigilância em saúde também será adequada e as ações de campo serão informatizadas. Os municípios deverão fazer adequações na legislação municipal para amparo das ações de vigilância epidemiológica.
Em 2016, foram repassados por parte do governo do estado cerca de R$ 5, 5 milhões aos municípios gaúchos, além de R$ 2,5 milhões relativos ao Verão para Todos, para os municípios infestados.
No
fim do ano passado, foi lançada a campanha RS contra Aedes, um conjunto de
ações de informação, prevenção e combate ao mosquito Aedes aegypti. Segundo a
Secretaria de saúde, a força-tarefa reúne SES, Sindicato Médico do Rio Grande
do Sul (Simers) e TelessaúdeRS/Ufrgs. As informações estão disponíveis no
site RScontraAedes.ufrgs.br e
pelo 0800-645-3308 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h30). Os
sistemas já realizaram mais de 1,5 mil atendimentos, entre denúncias e
orientações. São 47 profissionais de saúde disponíveis para o atendimento.
Os canais estão disponíveis para dúvidas e informações sobre as doenças, assim
como denúncias de focos do mosquito, que são encaminhadas para o Centro
Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), Coordenadorias Regionais de Saúde e
municípios. Outra opção é contatar o celular (51) 9184-7821 via WhatsApp ou
telegrama.
Por determinação do Ministério da Saúde, foi inaugurada em janeiro a Sala de Monitoramento, que reúne todos os representantes de entidades envolvidas no combate ao mosquito, um espaço para tomadas de decisões. Outra novidade foi a criação de um Aplicativo RS Contra Aedes. O App está disponível gratuitamente para Android e em breve para o IOS. Por meio do aplicativo, o cidadão pode saber mais sobre o que é e como se manifestam os sintomas do zika, dengue e chikungunya. Posteriormente será lançado um app específico para agentes de saúde.
