Segundo dados coletados em Pejuçara, em uma estação localizada na sede do município, foram registrados 111 mm de chuva, nos dois últimos meses de 2022, mas as precipitações ocorreram de forma mal distribuída e irregulares. Segundo a Engenheira Agrônoma da Emater, Carolina Remus Oberto, a estiagem ocorreu principalmente no período de desenvolvimento da cultura do milho.

“Estima-se que a área de milho cultivada em Pejuçara seja e 2.500 hectares, sendo 500ha de milho sequeiro, com perda de 80%, tendo produtividade média reduzida de 100 sacos/ha para 20 sacos/ha. O evento atingiu a cultura na fase mais crítica,

florescimento/enchimento de grãos, não ocorrendo a polinização adequada, provocando a falha de formação de grãos e desenvolvimento de espigas menores, com poucos grãos, de baixo peso e de tamanho reduzido. Já no restante do milho, sendo este irrigado, estima-se uma perda de 10%, principalmente devido ao excesso de calor, sendo a estimativa inicial de 200 sacos/ha passando para 180 sacos/ha.

Em relação ao milho usado para silagem, estima-se que 240 hectares foram afetados, com 80% de perdas. Inicialmente estimava-se 35 toneladas de massa verde produzida por hectare. Com a falta de chuva, a média destes 240 ha será de 7 toneladas de massa verde/ha”. Explicou Carolina Oberto da Emater.

A bovinocultura de leite também apresenta redução na produção de cerca de 20% nesse período, em função da falta de pastagens, o que limitou a alimentação dos animais.

Quanto a soja, devido a cultura estar em fase inicial de desenvolvimento, ainda não é possível estimar o percentual de perdas, devendo ser reavaliada nos próximos meses. Até o momento existem diferentes situações ao longo do território do município. As intempéries climáticas decorrentes ao longo da safra iniciaram antes do plantio da cultura da soja, uma vez que a falta de chuvas nos meses de outubro e novembro dificultaram de forma clara o plantio e estabelecimento das lavouras.

Os levantamentos foram feitos a campo, por uma equipe do Escritório Municipal da Emater, com apoio da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de Pejuçara.

“Estima-se para o município de Pejuçara, que as perdas ultrapassem os nove milhões de reais até o momento, decorrentes da estiagem, devendo ser reavaliado nos próximos meses caso a situação persista. A não regularização das precipitações nos meses seguintes acarretarão perdas irreversíveis na cultura da soja, sento este o principal grão produzido no município, impactando significativamente na economia e geração de renda agrícola”, concluiu a Agrônoma da Emater.

O número de famílias que estão sofrendo com a falta de água para consumo humano e dos animais também tende a aumentar se a estiagem persistir. Até o momento, 2 famílias estão sendo atendidas pela Defesa Civil.