A estiagem que assola o Rio Grande do Sul, além das perdas econômicas nas lavouras de verão, começa a ter reflexos diretos para a população. Na última semana, tendo em vista a falta de chuvas no município e em toda a região que circunda as delimitações geográficas de Pejuçara, houve a necessidade de intervenção da Secretaria da Agricultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico nas localidades de Passo dos Ingleses,  Belizário e Marmeleiro em cinco propriedades rurais.

Segundo o secretário da agricultura Irineu Pereira, as equipes da pasta com apoio da Secretaria de Obras atuaram no sentido de aumentar os reservatórios de água, proceder a limpeza de valetas propiciando melhor escoamento da água e a retenção de vazamentos. “Trabalhamos nestas propriedades para garantir o abastecimento de água para os animais”, disse Irineu Pereira.

O tema, foi um dos assuntos tratados na reunião desta segunda-feira(16), uma vez que além das perdas nas lavouras já há reflexos provocados pela falta de chuvas em outros setores. Os técnicos presentes no encontro relataram ao prefeito Eduardo Buzzatti e ao secretário de agricultura que a situação das lavouras se agravou bastante. Segundo eles, as cargas que estão chegando as cooperativas estão pesando 20% menos do que o normal devido a qualidade dos grãos. Há relatos de que as sementeiras também terão problemas devido ao recebimento de grãos verdes sendo que o dano econômico se elevou devido a quebra na produção da safra.

O representante da Corsan Giorgio Mastella, também convidado para a reunião, destacou que em relação ao consumo humano Pejuçara ainda não registrava problemas devido ao abastecimento oriundo de poços artesianos e não de água captada de rios como em outros municípios da região. Ele relatou que nos últimos dias, em função do forte calor, o consumo aumentou para cerca de um milhão de litros de água por dia em Pejuçara ressaltando que como a produção de água da Corsan local se assemelha a este consumo, pelo menos por hora, esta questão está sob controle. Giorgio Mastella alertou, no entanto, que se a chuva não vier, e o consumo continuar elevado, poderá ocorrer falta nos próximos dias reiterando a necessidade de “prudência no consumo de água por parte da comunidade pejuçarense”. O nível de afluentes como o do rio Cambará(foto ao lado) tem baixado sensivelmente nos últimos dias.

O prefeito Eduardo Buzzatti lembrou aos presentes que um fator predominante para o decreto de emergência em função da estiagem é os reflexos para o consumo e saúde humana e neste sentido ouviu do responsável pela Defesa Civil do município Oneide Gelatti que neste sentido, Pejuçara ainda não atinge os requisitos mínimos para editar o Decreto.  

Ficou acordado no encontro da manhã de hoje em dependências do Sindicato Rural que a Administração Municipal, técnicos da Emater, representantes das empresas do segmento agropecuário e a assessoria jurídica do município elaborarão um documento oficial com o relato dos danos econômicos para o município para ser avaliado numa próxima reunião a ser realizada ainda nesta semana. “Nós precisamos agir com transparência e responsabilidade e neste sentido preciso que nossa decisão atenda aos interesses da coletividade”, disse Buzzatti.

Edição: Antonio Brito 

Assessoria de Comunicação